sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sirenas

Insano, persigo sonhos impossíveis - cego pelo desejo, iludido pela vontade.

Em minha luta perdida contra o que passou, só tenho à frente a frustração do que nunca poderia ter sido. A realidade -irmã do tempo- não espera por ninguém. Enquanto isso, seus frutos apodrecem nos galhos esperando por mim.

Mais uma vez, vou olhar pra trás e me perguntar por que não pus cera nos ouvidos. Por que não me amarrei no mastro. Por que corri atrás de fantasmas.

Mas não terei as respostas, pois certamente novos cantos me afastarão da minha rota, e novamente estarei cumprindo meu destino e mergulhando naquele escuro vazio onde elas cantam. Em busca de nada.


(Publicado originalmente em 10.10.2004, em konohito.blogger.com.br)

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