Ela tentava explicar porque eles não dariam certo.
Ele, cabeça baixa, desenhava caminhos nas costas da mão dela.
Ela mostrava que ele entendera errado, que seriam sempre amigos (sempre), que gostava muito dele...
Ele percebia que a cada palavra ela dava mais uma volta, se distanciava, fugia do que precisava ser dito.
No fundo, ela tentava não machucá-lo, em suas voltas e voltas e voltas, mas desde o início ele sabia que os caminhos que desenhava nas costas da mão dela eram becos sem saída, partidas sem chegada, rios sem mar. Estavam perdidos para sempre.
Como ele.
(Publicado originalmente em 16.09.2006, em konohito.blogger.com.br)
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