segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Certezas

Quando ela achou melhor dar um tempo, ele já sabia que ela iria voltar para o outro.

Não que a paixão tivesse acabado, não. O tempo era justamente para amenizar a dor. O amor, é que nunca tinha havido amor.

Ele não fez que nem o outro. Não chorou, não lembrou dos dias bons, não mandou cartas.

Um dia disse a ela Você nunca me quis de verdade. Você apenas me usou para ter certeza de que era dele que você gostava. Ela não respondeu, pensativa.

Prometeu que ele seria sempre um amigo. Que era especial. Que não sofresse com a separação necessária.

Não se viram por quinze anos. Ela casou, teve filho.

Um dia se encontraram num bar: Ei, cadê você? Sumiu... Ooi, tudo bom? Tudo bom.

E isso foi tudo.


(Publicado originalmente em  28.12.2008, em konohito.blogger.com.br)

Um comentário:

Alexandre Disraelly disse...

Gosto dos posts na terceira pessoa. Inclusive tenho seguido a linha. Escreva sempre!